sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Entrevista com a CHAPA 1 - Tarcisa e Bona .APUFPR

Entrevista com a CHAPA 1 - Tarcisa e Bona


tarcisa_e_bona_2okINFORMATIVO APUFPR: Qual o balanço que o candidato faz da greve das Instituições Federais de Ensino?
Tarcisa e Bona: A greve é um momento importante para repensarmos a relação cada vez mais precarizada das nossas condições de trabalho e dos nossos salários, assim como para refletirmos sobre o nosso papel social (como nós nos vemos e como a sociedade nos vê). A greve demonstrou a lentidão do governo federal em reconhecer as demandas dos docentes referentes à carreira e às condições de trabalho. Também ficou demonstrado que este governo não reconhece a essencialidade do nosso trabalho.

INFORMATIVO APUFPR: Qual é a sua avaliação da pauta local de greve dos docentes?
Tarcisa e Bona: A pauta local é legítima e expressa a necessidade do reconhecimento das questões trabalhistas e da precarização das condições de trabalho originadas pela incompetência da atual gestão. É necessário construirmos um canal permanente de diálogo com as categorias para melhorarmos de maneira efetiva as condições de trabalho e não apenas nos momentos de greve.

INFORMATIVO APUFPR: Qual é a sua visão do exercício da autonomia universitária por parte dos dirigentes das IFES?
Tarcisa e Bona: Autonomia universitária, tal como preconizada na Constituição Federal, não existe na atualidade. Este preceito deveria ser auto-aplicável, porém somente quando houver vínculos claros entre o Orçamento da União e o financiamento das IFES (o qual pode ser expresso no percentual do PIB para educação) é que poderemos falar de uma verdadeira autonomia. Temos apenas uma relativa autonomia pedagógica. Nesse sentido, os reitores acomodados tornam-se gestores de políticas centralizadas, com pouca margem de flexibilidade. Necessitamos articulações políticas mais amplas, nas quais cada reitor deve forçar o espaço de liberdade acadêmica e financeira.

INFORMATIVO APUFPR: Qual é a sua opinião sobre um possível REUNI 2, em função do quadro de insatisfação com as condições de trabalho, evidenciado na greve?
Tarcisa e Bona: Um novo projeto de expansão precisa ser precedido de uma clara avaliação do passivo do atual REUNI, principalmente em nossa Universidade na qual a atual gestão não deu transparência aos recursos utilizados. Também, deve ser discutido dentro do planejamento de longo prazo. Este projeto deve iniciar-se por uma grande avaliação interna da universidade sobre seu futuro – potencialidades, perfil acadêmico, vinculações com a questão regional, nacional e internacional. Em seguida, desenvolver um intenso diálogo com o MEC na definição de projeto de universidade para o país. Somente depois disso é que cada universidade faria, ou não, adesões aos modelos/propostas do MEC.

INFORMATIVO APUFPR: Como seu mandato vai trabalhar com a questão da aposentadoria do servidor e com as relações dos servidores aposentados com a universidade?
Tarcisa e Bona: A aposentadoria é uma realidade para todos nós. E a UFPR deve preparar os professores e técnicos administrativos para este momento. Entretanto, deve haver manutenção de vínculos com aqueles que já a deixaram. Cabe à PROGEPE, através da unidade especial para os aposentados, desenvolver um projeto de planejamento da pré-aposentadoria para os servidores: como se preparar para a saída da sala de aula, da pesquisa e da extensão; avaliar os possíveis vínculos em programas especiais de ensino, de pesquisa e de extensão. Entendemos que a UFPR poderá estabelecer o necessário diálogo de saberes entre as gerações através dos três grandes projetos que apresentamos: Centro de Memória que organizará, registrará e divulgará histórias dos servidores que contribuíram, ao longo dos anos, com o processo de construção da nossa Instituição; o Instituto de Estudos Estratégicos que será um espaço para planejar ações de longo prazo em benefício da comunidade universitária; e a Unidade de Atendimento ao Aposentado que proporcionará aos servidores aposentados atendimento prioritário e diferenciado e ofertará programas de formação continuada definidas em conjunto com os servidores.

INFORMATIVO APUFPR: Há uma forte crítica a respeito de uma grande burocratização dos processos envolvendo atividades de pesquisa e de extensão. Qual seu comentário sobre isto?
Tarcisa e Bona: Concordamos com a crítica e propomos ampla revisão das resoluções e "ordens de serviços" que engessam o nosso trabalho, além da necessidade urgente da informatização dos procedimentos administrativos. Entre as ações a serem efetuadas em nossa gestão, citamos: simplificar o acesso e o registro de pesquisas por meio de um banco de dados moderno; adequar os trâmites institucionais, de modo a agilizar a aquisição de equipamentos, material de consumo e passagens, dentre outros itens dos projetos de pesquisa e extensão. Nos 180 primeiros dias faremos grande discussão e levantamento das resoluções internas e dos procedimentos gerenciais que bloqueiam o dia a dia dos trabalhos de ensino, de pesquisa, de extensão e de gestão.

INFORMATIVO APUFPR: Quais são seus projetos prioritários para a UFPR no próximo mandato da reitoria?
Tarcisa e Bona: Realizar a Estatuinte com ampla participação da comunidade universitária; estabelecer uma política estudantil formulada por meio de audiências públicas; modernizar os currículos de graduação considerando a realidade brasileira, em consonância com as melhores universidades mundiais; reestruturar a PRPPG com a criação de unidades voltadas aos grandes projetos institucionais e fortalecimento dos cursos de pós-graduação; otimizar os procedimentos gerenciais e administrativos para diminuir a burocracia interna; criar o Instituto de Estudos Estratégicos para pensar e propor a UFPR do futuro; viabilizar a criação dos novos setores que estão em processo de discussão: Comunicação, Artes e Design e Palotina; tornar factível um novo campus na Região Metropolitana de Curitiba na área de Engenharia Industrial para atender novos cursos; fortalecer as licenciaturas, com a criação de coordenadoria específica; implantar uma forte política de cultura e do esporte envolvendo os três segmentos da comunidade da UFPR.

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